quarta-feira, 13 de abril de 2011

Em Goiânia, manifestação estudantil pelo passe-livre e contra o aumento da passagem (01/04/2011)

O aumento na tarifa do transporte público de Goiânia foi anunciado. A Prefeitura (PT) e as empresas, dando como certo o aumento da passagem, planejam apenas se o preço pulará dos atuais R$2,25 para R$2,50 ou para R$2,75. No entanto, esqueceram de uma coisa: para subir um centavo sequer, terão que enfrentar a combatividade de todos os estudantes e trabalhadores da cidade!
O transporte na região metropolitana de Goiânia tem ficado cada vez pior, a superlotação e os atrasos são regras e as quebras mecânicas dos veículos são freqüentes. Diante disto a população espontaneamente demonstra seu descontentamento parando alguns terminais na cidade, cobrando melhorias. Os motoristas acenam com indicativo de greve para aumento de salários e melhores condições de trabalho.
Com o anúncio de aumento para dia 1º de abril, essa foi a data escolhida para o início da jornada de lutas pelo passe-livre e contra o aumento. O MEPR, Grêmio do Lyceu, Grêmio do CEFET, e CAs de Pedagogia e Psicologia da UFG, contando com o apoio de outras entidades, conformaram o Comando de Luta e se lançaram na organização e mobilização de uma primeira manifestação.
A manifestação ocorreu de forma vitoriosa, de forma tão combativa e massiva, que há tempos o povo goianiense não via. Cerca de 500 estudantes tomaram as ruas dizendo não ao aumento abusivo do transporte público e deixando bem claro que se houver aumento da passagem, haverá rebelião e a cidade inteira vai parar!
Com as palavras de ordem “Não vamos mais pagar, Passe Livre já!”, os estudantes que se aglomeraram no centro e percorreram as principais vias da cidade, interrompendo o trânsito e passando na porta do Sindicato Patronal das Empresas (SETRANSP) e no Palácio do Governador para mostrar sua fúria.
Quando os manifestantes fecharam o principal cruzamento da cidade (Av. Goiás com Av. Anhanguera) a Polícia Militar tentou acabar com a manifestação. Tal atitude teve como resposta um vitorioso confronto em que os estudantes não saíram derrotados. Pelo contrário fortaleceram sua convicção no poder do povo: os trabalhadores que estavam no local mostraram total solidariedade aos estudantes, participando do confronto com a polícia. E assim a manifestação continuou de maneira ainda mais entusiasmada e coesa.
Os estudantes secundaristas eram, sem dúvida, a maioria absoluta na manifestação. Eles provaram que o Movimento Estudantil segue combativo como nunca, ao lado do povo e não do governo! Ao contrário do que faz UNE/UBES/UGES, que dois dias antes da manifestação foram pra porta do Colégio Lyceu falar pros estudantes não participarem da manifestação. É claro que não convenceram ninguém, porque não só os estudantes do Lyceu, mas também de outros colégios secundaristas estavam presentes, lutando por seus direitos e pelos direitos do povo.


CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM!
PASSE – LIVRE JÁ!

2 comentários:

  1. Plebiscito Já para acabar com os salários dos vereadores, que são vergonhosos, necessitamos de cidadãos patrióticos que trabalhem de forma voluntária como em outros países recebendo apenas uma ajuda de custa que for necessária.

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  2. Vereador remunerado é minoria no mundo



    Reproduzido do Jornal do Commércio

    Em vez de legisladores pagos com dinheiro público, grande parte dos países tem conselhos de cidadãos, formados por representantes das comunidades, que não recebem salário pela atividade. O cargo de vereador é, praticamente, uma exclusividade da legislação brasileira.

    Na grande maioria dos países, a figura do legislador municipal inexiste. Em seu lugar, há os chamados “conselhos de cidadãos”, formados por representantes das comunidades e bairros, que geralmente trabalham sem remuneração ou ônus para os cofres públicos.

    Os conselheiros são escolhidos pela própria população e costumam reunir-se periodicamente para discutir temas relativos à cidade, numa pauta equivalente à que é cumprida pelos vereadores no Brasil.

    No entanto, nenhum deles sobrevive da política e sim das suas atividades profissionais. As reuniões acontecem em auditórios públicos, sem a estrutura física de uma Câmara Municipal, nem funcionários ou servidores comissionados à disposição.

    De acordo com o advogado José Paulo Cavalcanti – estudioso das Constituições dos países –, o formato do Legislativo brasileiro é único. Ele explica que são poucos os países com estrutura federativa equivalente à do Brasil.

    Na maioria, não existe a figura do município. São províncias, condados e cidades, vinculados diretamente ao poder central. “Como não há remuneração, o número de conselheiros é maior e as comunidades ficam melhor representadas”, avalia.

    Até meados de 1977, o trabalho dos vereadores no Brasil não era remunerado, à exceção das Câmaras das capitais e de cidades com mais de 500 mil habitantes. Após o Pacote de Abril – conjunto de leis outorgado pelo presidente-general Ernesto Geisel em abril de 77, visando evitar o avanço da oposição ao regime – todos passaram a receber vencimentos, calculados num limite de até 75% dos salários dos deputados estaduais, que, por sua vez, representam 75% do que recebe um deputado federal.

    Segundo José Paulo, em alguns países – como Portugal – ainda se costuma pagar um jetom por sessão aos conselheiros, para repor o dia de trabalho que deixam de cumprir nas suas profissões. Mas as vantagens param por aí.

    “Tirar dinheiro da saúde, da educação, para pagar vereadores, não existe. São 5% do orçamento do município, que destina 10% à saúde. Não seria melhor que a saúde tivesse 15% e não existissem vereadores?”, questiona José Paulo, arrematando: “No Brasil, os vereadores são assistentes sociais de luxo. Não há nada que eles façam que um conselheiro não possa fazer melhor”.

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